terça-feira, 12 de abril de 2011

Vaidade

Definição do Dicionário: Vai.da.de - sf (lat vanitate) - Qualidade do que é vão, instável ou de pouca duração. Desejo imoderado e infundado de merecer a admiração dos outros. Vanglória, ostentação. Presunção mal fundada de si, do próprio mérito. Coisa vã, fútil, sem sentido. Futilidade. Ostentação. Arrogância. Afetação. Exaltação do amor próprio.

"Tudo em nós é vaidade, fora a sincera confissão que fazemos perante Deus das nossas vaidades"

(Jacques Bossuet)

Vaidade é o defeito de quem cria uma imagem pessoal com o intuito de transmiti-la aos outros a fim de ser admirada por isso. Notoriamente, a pessoa normalmente se vale de recursos exteriores para conseguir isso, como estética, aparência, bens materiais e glamour, mas isso também pode se estender para outras manifestações como, por exemplo, o campo psíquico. Ou seja, a pessoa deixa de se preocupar com o seu caráter e sua essência e passa a valorizar apenas estereótipos passageiros em prol de uma ostentação sem sentido, tornando-se fútil, vã, arrogante e até mesmo afetada.

Contudo, antes de tratarmos sobre a Vaidade, temos que falar dos aspectos positivos e negativos do Orgulho, uma vez que para os aspectos psicológicos e sociais que abordarei à frente, a primeira se deriva do segundo – importante frisar que no trabalho com a estrela setenária e até mesmo em outras vertentes, Vaidade e Orgulho são tratadas da mesma maneira -, existindo pequenos diferenciais entre ambos, sendo a Vaidade decorrente do Orgulho, e estando bem próxima também de aspectos ligados a Luxúria, como uma de suas filhas, o “Amor de si”. Como os outros defeitos, esse também tem interconexão com os demais, podendo, através de situações peculiares, levar o individuo a excessos com a gula, a ira, a inveja, a luxúria, a acídia e a avareza. Em outras palavras, nós podemos tratar da Vaidade como sendo um aspecto negativo do Orgulho.

Como aspecto positivo, o “orgulho bom”, como é chamado, é aquele sentimento que te dá a devida noção de gozo do que foi conquistado por mérito. É aquele que te permite um auto-reconhecimento, sem a sensação de falsa modéstia. Aquele que não precisa da aprovação de ninguém ou mesmo que ninguém saiba do que se passa, para que a pessoa tenha consciência da evolução que fez em algum aspecto e se sinta bem consigo mesma por isso. Seria uma satisfação benéfica por algo, seja com relação a si ou a um terceiro, como sentir satisfação pela conquista de um filho, por exemplo.

Já nos aspectos negativos, o Orgulho deixa claro a imaturidade do ego, que prevalece sobre a verdadeira vontade da pessoa, incitando-a aos excessos. Nesse ponto é que ele é equiparado a Vaidade, pois trata-se de aspectos tais como amor-próprio acentuado; contrariar-se por pequenos motivos; reagir explosivamente a qualquer observação ou crítica com relação a si; necessidade de ser o centro das atenções; negar a possibilidade de seus erros, mantendo-se num estado de consciência fechado; menosprezo pelas idéias do próximo; encher-se de satisfação presunçosa, ao ser elogiado por qualquer motivo; preocupação excessiva com sua aparência externa, posição social e/ou prestigio pessoal; etc., mostrando extravagância nos pontos que considera positivos e escondendo seus pontos negativos.

O campo da psicologia compreende que o vaidoso vive numa atmosfera ilusória, de destaque social ou intelectual, criando assim, barreiras muito densas para penetrar na realidade do seu próprio interior. Na maioria dos casos, trata-se de um mecanismo de defesa para encobrir algum aspecto não aceito de ordem familiar, limitações da sua formação e até mesmo o resultado do seu próprio posicionamento diante da sociedade. A vaidade, nas suas formas de apresentação, quer pela postura física, gestos estudados, retórica no falar, atitudes intempestivas, reações arrogantes e etc., reflete, quase sempre, uma deformação de colocação do indivíduo face aos valores pessoais que a sociedade estabeleceu. Isto é, quanto mais artificiais e exuberantes a aparência, os gestos, o palavreado, mais chamam a atenção e isso agrada o intérprete, satisfazendo a sua necessidade pessoal de ser observado. No íntimo, o protagonista reflete, naquela aparência toda, grande insegurança e acentuada carência de afeto que nele residem, oriundas de muitos fatores desencadeados em diferentes fases do seu desenvolvimento.

O vaidoso o é, muitas vezes, sem perceber, e vive desempenhando um personagem que escolheu. No seu íntimo, porém, é sempre bem diferente daquele que aparenta, e, de alguma forma, essa dualidade lhe causa conflitos, pois sofre com tudo isso e sente necessidade de encontrar-se a si mesmo, embora às vezes sem saber como.

Como tudo o que está dentro, é como o que está fora, podemos levar essas considerações a níveis sociais. Nada contribui tanto para a sociedade dos homens, como a mesma vaidade deles: os Impérios e Repúblicas, por exemplo, tiveram suas origens apoiadas nesse tipo de sentimento coletivo. Nos dias de hoje, podemos perceber que o sistema capitalista se vale facilmente dessa característica coletiva para fortalecer cada vez mais a sua cadeia e dinamismo – “Se um tem, eu também tenho que ter” (vaidade + inveja, só pra citar um exemplo de um defeito está sempre arraigado em outro).

Levando o assunto para um âmbito mais espiritualista, podemos afirmar que a vaidade, sorrateiramente, está quase sempre presente nas nossas atitudes. E é nesse ponto que espíritos inferiores podem servir-se para abrirem caminhos às perturbações entre amigos e familiares. Pode ser muito sutil a manifestação da vaidade no nosso íntimo, contudo não é pequeno o esforço que devemos desenvolver na vigilância para não permitirmos a aproximação de influências que encontram apoio nesse tipo de defeito.

Astrologicamente falando, esse defeito está ligado ao Sol. Na estrela setenária, a Vaidade é trabalhada sob o título de “Orgulho” e tem como aspecto positivo a Magnanimidade. Seu metal de correspondência é o Ouro. Na mitologia, um dos contos mais conhecidos a esse respeito, é a história de Narciso. De acordo com os mestres do Cristianismo, o pecado principal, o supremo mal, é exatamente o orgulho. A falta de pureza, a ira, a ganância e todos os outros, comparados a ele, são ninharias: O orgulho conduz a todos os outros pecados. É o mais completo estado da alma anti-Deus. Foi pelo orgulho que o demônio se tornou demônio.

Conclusões:

A vaidade é uma falha psicológica que entorpece a inteligência. Num mundo aonde a maioria dos seres humanos pretende aparecer ou ser melhor ou superior do que os seus semelhantes, a condenação à imobilidade da inteligência e da sensibilidade é um grande risco.

Contudo, para lidarmos com qualquer aspecto falho na nossa personalidade, é de fundamental importância entendermos primeiro que a tolerância deve começar de nós para nós mesmos. Dessa forma o nosso trabalho de prospecção interior torna-se mais suave e nós não entramos no círculo vicioso e improdutivo de nos maldizermos ou nos martirizarmos pelos defeitos que ainda temos. Precisamos, portanto, trazer aos níveis de nossa consciência aquelas manifestações impulsivas que nos dominam de certo modo e que, progressivamente, desejamos controlar.

É preferível nos olharmos de frente, corajosamente, e lutar por nos­sa melhora, não naquilo que a sociedade estabeleceu, dentro dos limites transitórios dos bens materiais, mas nas aquisições interiores: os tesouros eternos que “a traça não come nem a ferrugem corrói”.

Quanto ao amor-próprio, deve ser desprovido do artifício projetado pelo imaginário da vaidade. Amar a si mesmo não deveria ser diferente do que amar os semelhantes e, em decorrência, o Criador de tudo quanto existe; um amor isento de pretensão, soberba e imaginação.


No meu comportamento, eu já notei atitudes vaidosas nos seguintes aspectos:

· Evidenciando qualidades pessoais, não poupando referências a mim mesma ou a algo que realizei.

· Intolerância para com aqueles cuja condição intelectual é mais humilde, não evitando a eles referências desairosas.

· Não reconhecimento da minha própria culpabilidade em situações de conflitos.

· Contrariar-me por pequenos motivos, reagindo explosivamente a qualquer crítica fundamentada ou não.

· Necessidade de fazer prevalecer sempre as minhas próprias idéias.

· Encher-me de satisfação presunçosa, sobretudo quando elogiada por algum motivo, como que se reafirmando a minha importância pessoal e em contrapartida, me sentindo menosprezada quando esse tipo de reconhecimento não me é feito.

· Não admitir me humilhar diante de ninguém ou mesmo pedir ajuda e demonstrar minhas fragilidades, considerando essa atitude um traço de fraqueza.

· Usar de ironia ou deboche em situações de contendas.

· Obstrução mental na capacidade de me auto-avaliar, criando situações de proporções maiores que a realidade e até mesmo fictícias para justificar alguma falha ou erro.

· Pegar responsabilidades que muitas vezes me sobrecarregam, pelo simples fato de querer ser “a bonitinha ou perfeitinha” e ser reconhecida por tal.

· ...

domingo, 12 de dezembro de 2010

Corpos Evolutivos.

Oi, Pessoas...
Faz tempo que eu não venho por aqui...
Esse post não tem muito a ver com o que eu vinha trabalhando no começo, mas achei legal dividir com mais gente.
Pra falar a verdade, eu já mudei muita coisa, desde o meu primeiro post e descobri que não gosto de monografias. Prefiro mesmo monólogos. Talvez eu faça um Vlog.

Bom, mas vamos ao que interessa.

Ganhei esse material do Prof. Wagner nas aulas de Projeção e Conscienciologia e achei que seria legal dividir com vocês as informações que eu recebi.


O diagrama mostra os níveis evolutivos dos corpos até o nível Dévido (Deva - sânscrito: Divindade, Anjo, Ser de Luz). Vou dar uma pincelada sobre o que eu assimilei, meditando um pouco mais sobre o assunto:


Mineral: Possui o corpo físico bruto, que é energia condensada e rudimentos etéricos, que é a aura do objeto. Nesse nível nós trabalhamos com a energia etérica das pedras e cristais; contudo são seres sem inteligência ou sem sentimento. Já te aconteceu de sair para comprar pedras e bater o olho em uma, que você nem tava pensando em comprar e te fez sentir que ela quem escolheu você? Na verdade, ela não te escolheu. A sua energia estava em sintonia com a irradiação etérica dela, por isso você se sentiu atraído.


Vegetal: Possui o corpo físico, que é mais maleável (se movimenta conforme a luz, o vento e outras influências externas), o corpo etérico e rudimentos do astral. O corpo astral representa as emoções. São os rudimentos astrais das plantas que fazem ela reagir a energias, como por exemplo murchar ou ficar bonita conforme a irradiação/energia de outras pessoas ou lugares.


Animal: Tem o corpo físico, o etérico (aura), o astral (emoções/identidade) e rudimentos mentais (de inteligência). No nível animal a gente pode falar de duas classificações: os que têm identidade individual (os mais avançados, como os mamíferos) e os que têm identidade coletiva (como os insetos e algumas espécies aquáticas menores).


Nos que possuem uma identidade coletiva, a gente pode notar que a experiência de um torna-se a experiência do conjunto - do Todo. Se você bater a mão no vidro de em aquário cheio de lambaris, mesmo que nem todos notem, o cardume todo vai desviar para o lado, pois a experiência dos que perceberam a batida (a ameaça) torna-se a experiência do grupo, que reage todo da mesma forma. Ou seja, os rudimentos mentais dessa classe é coletiva e além disso, esse tipo de animal só demonstra "sentimento" quando estão doentes e fracos físicamente - só assim você consegue notar alguma forma de abatimento neles.

(No peixe, na verdade, eu só noto algum abatimento quando ele já está boiando... Rs

"Comentário desnecessário, Carol...")

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Nos que possuem uma identidade individual, a gente consegue notar uma personalidade melhor traçada (Compare o cachorro do seu visinho e o seu. A personalidade deles provavelmente é diferente), manifestações individuais de sentimentos e gozos, como medo, alegria, paladar, tristeza, preferências, etc. e rudimentos de inteligência que a gente nota em alguns comportamentos - a minha cachorra, por exemplo, já sabe que se ela fizer manha, ganha carinho; se latir, ganha comida; etc.

(Dei exemplo canino, porque fica mais fácil a compreensão, mas a gente pode estender isso para outros animais não domésticos, como as baleias e golfinhos, por exemplo)


Hominal: Corpo físico com aspecto humanóide [um extraterreste tem um corpo físico humanóide(?)], um corpo etérico, um corpo astral, um corpo mental e rudimentos dévicos. Na classificação humana que a gente conhece (homossapiens), dá pra notar que os três primeiros corpos já estão bem formados: físico, etérico e astral. O penultimo (mental), a nível individual e falando de forma concreta, está em constante aperfeiçoamento. E o último (dévico) dando sinais sutis de desenvolvimento.


A verdade é que a maior herança da humanidade hoje é o pensamento. É a capacidade mental que te dá noção de ego, de ser, construir, realizar e de gozar dos próprios benefícios. - Pensando nisso, eu cheguei a uma conclusão sobre o "Maya" que os povos antigos falam. Se a nossa capacidade é mental, a gente precisa traduzir de uma maneira que o nosso cérebro entenda todas as informações captadas dos planos mais sutis, o que não significa que seja realmente da forma como nós traduzimos (e provalmente não seja mesmo). Logo, pode ser que a gente viva numa grande alegoria.


Mas então, aonde nós podemos notar os rudimentos de um corpo dévico?

Você consegue notar isso com facilidade, se pensar nos corpos astrais. Vou dar exemplo com uma projeção. Se você já teve uma projeção consciente, deve ter notado que os espíritos não falam (uma vez que não têm cordas vocais, isso fica meio óbvio). A comunicação é telepática/mediúnica. Nas minhas projeções, por exemplo, eu recebo tudo em blocos de informações, como se tudo tivesse sido condensado em uma caixinha que foi projetada no meu frontal e que ao abrir-se lá dentro, deu a noção do Todo, em frações de segundos. Informações que se fossem recebidas aqui, a nível físico, demoraria bastante tempo para serem captadas, porque mesmo uma narrativa, que é mais rápida que uma leitura, demoraria mais tempo para ser captada do que um "Bum de Assimilação" mental, posto que um se passa direto na mente, enquanto o primeiro precisa ser processado pelo cérebro.


Beleza, mas e a nível físico, como a gente pode notar a manifestação desses rudimentos dévicos?

Ahá! Tcharam! : Aprendendo a perceber as intuições e inspirações.


Viu?!!!

Os mamíferos reagem de formas diferentes a mesma informação!


Sim, Jovem Padawan... As manifestações dévicas podem ser notadas através das intuições e inspirações. A diferença entre elas é que a intuição (Intuitivo -> Buddhi, Iluminação, Buddha) é uma coisa anímica: vem de dentro de você, da sua essência, que acredite, é Divina e é pra Ela que a gente tem caminhado todo esse tempo (e possivelmente, existem degraus além desses para serem galgados). Pra mim, processando de forma mental pra consegui explicar essa experiência, intuição é aquela coisa que traduz algo que você sabe, mas que não sabe explicar e também não sabe como é que você sabe disso. Você simplesmente sabe. E na verdade, é uma coisa impossível de se explicar, porque está um nível acima, lembra? Já saiu do campo mental e não precisa mais de explicações. O processo é mais rápido.


Já a inspiração vem de fora, é uma coisa mediúnica. Nela você serve de intermediário entre os planos, e entre os planos essa comunicação é feita de forma telepática. (Lembra do exemplo das projeções? Pois é: comunicação telepática/mediúnica).


Mental X Intuição

Conexão Discada X Banda Larga 10Gigas

.

Então, se você tem intuições, por favor, não tente entendê-las. Isso obrigaria uma informação do seu Divino passar pelo processo retroativo do cérebro, o que no meu ponto de vista, é auto-sabotagem.


Tu pôs um pé lá, cara! Não volta com ele pra cá, não!

Firma ele lá, pra depois passar com o outro! \o/


Enfim... Eu não sei dizer muito bem como funciona do nível Dévico para frente, mas acho que é a partir daí que o Ego passa a ser dispensável e até mesmo um estorvo. Você não precisa mais raciocinar para saber as coisas; você simplesmente sabe, porque a sua essência Divina está no Todo e o Todo está Nela. Toda a Criação está em Você e Você em Tudo. São os mesmos átomos, até o último Éon.


Contudo, entretanto, toda via, porém... No meu ponto de vista, não acho que seja recomendável tentar dissipar o ego enquanto você se encontra num estado humanóide, porque isso seria cair em loucura. Já te passou pela cabeça que se você está aqui na Terra, na condição humana, que é egóica por natureza, não seria uma boa se livrar do ego, já que você precisa dele para atravessar esse condicionamento? E mais, já pensou que a arma para vencer o ego, talvez seja o próprio ego? - Dá pra você usar ele para se condicionar, né? - "Estou me condicionando a não procurar explicações para as minhas intuições".


Bom, é isso aí, gente.

Pode ser que eu tenha dito um monte de besteira, mas tudo isso faz sentido pra mim no dia de hoje. Pode ser que amanhã eu consiga captar algo a mais e tudo isso não faça mais sentido de Todo, mas de uma parcela do Todo. Ou mesmo sentido nenhum... Cabe a você peneirar e jogar fora o que acha que é bobagem e aproveitar algo que julgue ser útil.



PS: Só para "terminar" a reflexão: seria possível que os seres elementares estejam em estágios evolutivos intermediários? Entre o 1º e o 2º, ou seja, no 1,5? Se fosse possível, como seriam esses estágios? E em qual nível intermediário se encontrariam os elementais, como os da Terra, por exemplo?


sábado, 31 de janeiro de 2009

Metanóia.

Entender uma postura ou atitude errada, aceitá-la (como erro) e então arrepender-se verdadeiramente, iniciando assim uma mudança de comportamento, a fim de buscar uma melhora (em si) - a conversão. Portanto, a metanóia sugere exatamente um trabalho de mudança interior, a partir do arrependimento.

O arrependimento é uma mudança interior da mente, que resulta numa mudança em ações externas. Essa mudança externa é o ato de converter-se do pecado para Deus e à justiça (se você quiser se lembrar nesse ponto, que sempre que eu falo de Deus aqui no blog, me refiro ao Deus Interior, eu ficarei muito grata). É o que sugere “ephistrepho”, onde a concretização das mudanças são manifestadas pelo físico. Esta conversão mostra justamente a mudança interior que aconteceu na mente e no espírito.

O Significado básico da palavra “arrependimento” é uma mudança de mente que resulta numa mudança exterior das ações. Ter mágoa ou pesar dos erros ou faltas cometidas. Mudar de opinião, parecer ou propósito.

Contudo, as pessoas geralmente associam o arrependimento com emoções, como derramar lágrimas e sentir-se triste por ações e pensamentos errados. Arrependimento não deve ser tratado apenas como uma emoção, mas sobretudo, como uma decisão. As emoções algumas vezes acompanham o verdadeiro arrependimento. – o dom que cita São Simeão: “O arrependimento faz jorrar lágrimas das profundezas da alma: as lágrimas purificam o coração e fazem desaparecer os grandes pecados”. - Mas é possível que uma pessoa sinta grande emoção e derrame muitas lágrimas e nunca se arrependa (verdadeiramente). Logo, que a pessoa seja acometida por um sentimento apenas de remorso, livre do verdadeiro arrependimento.
Outras pessoas associam o arrependimento com o cumprimento de exigências dogmáticas, como as “penitências”, por exemplo. Mais uma vez, é possível cumprir muitas exigências religiosas e nunca se arrepender. Nesses casos cabe mais um sentimento de absolvição, do que de arrependimento, já que as penitências são empregadas com o intuito de “apagar” o erro pela compensação.

Então, se nós queremos verdadeiramente compreender o significado de arrependimento, nós devemos compreender do quê nós devemos nos arrepender e tomar ciência das ações de uma vida vivida à parte de Deus.

A “pequena Metanóia” e a “grande Metanóia” nos permitem, com nossas praticas diárias de orações e/ou meditações, que entremos em contato com o nosso “self”, para que possamos assim, tomar ciência dessas ações erradas; entendermos e aceitarmos a importância da conversão e enfim, colocar tudo em prática, considerando a moral e a disciplina. A conseqüência disso, é o encontro com o nosso Eu superior, que é Deus em cada um. Por isso a disciplina se torna essencial nesse trabalho.

A Metanóia exige disciplina e dedicação pra que possamos praticá-la no dia à dia. E isso (o exercício) torna-se um ponto fundamental em nossa edificação. Pôr em prática tudo que foi “conversado” com o nosso “self”, respeitar e considerar nossos limites, nos permite que determinemos tudo o que deve ser mudado em nosso comportamento.

Arrepender-se verdadeiramente é o caminho para encontrar as graças de Deus e obter o seu perdão. É o caminho para a conversão que nos abrirá as portas dos céus. Essa foi a missão de Cristo: mostrar o caminho da conversão pelo arrependimento e perdoar os pecadores, para mostrar-lhes a salvação.

Assim também foi a missão dos Apóstolos de Cristo. Pregar a conversão pelo arrependimento verdadeiro e ensinar (aos homens de bom coração) que a comunhão com Cristo te oferece o dom do Espírito Santo – O poder do Verbo.

A manifestação do Verbo, mais uma vez é o ponto crucial da edificação espiritual. Aqui se faz necessário a comunhão entre a disciplina, o arrependimento e a fé. Logo, o arrependimento, como a disciplina é parte integrante da fé. E não só integrante, como também é gerado por esta. Pois dessa forma a graça e a remissão dos pecados foram pregadas pelos apóstolos e apresentadas ao pecador que ninguém pode receber a graça do evangelho pela fé, sem que volte atrás em sua vida extraviada, tome o caminho reto e se dedique com todo o empenho a refletir no verdadeiro arrependimento. O arrependimento procede da fé, não precede à ela: “Arrependi-vos, porque está próximo o reino dos céus”, assim exortam Jesus Cristo e João Batista.

O verdadeiro arrependimento não pode subsistir sem a fé. Em suma, arrependimento significa que nos retiramos de nós mesmos (o eu inferior) e nos convertemos a Deus (o Eu Superior), e, tendo abandonado a nossa primeira forma de pensar e de que querer, assumimos uma nova. Por isso, em minha opinião, podemos defini-lo apropriadamente desta maneira: O arrependimento é uma verdadeira conversão da nossa vida para servir a Deus e para seguir o caminho por Ele indicado. Procede de um legítimo temor de Deus, não fingido, e consiste na mortificação da nossa carne e do nosso velho homem, e na vivificação do Espírito.

Nesse sentido, devem ser tomadas todas as exortações dos profetas e dos apóstolos, pela quais eles admoestavam os homens do seu tempo concitando-os ao arrependimento. Porque desejavam levá-los ao ponto em que, estando confusos e envergonhados de seus pecados, e aflitos pelo temor do juízo de Deus, se humilhassem e se prostrassem diante da majestade divina por eles ofendida, e adentrassem o reto caminho. Portanto, quando eles falam em que o pecador deve converter-se e voltar ao Senhor, arrepender-se e comprovar na prática o seu arrependimento, eles sempre tendem para em mesmo fim. Tal como os apóstolos Paulo e João Batista dizem que é preciso produzir frutos dignos de arrependimento, entendendo que o pecador arrependido deve levar uma vida que mostre e testifique, em todas as suas ações, a pretendida mudança.


Carolina de Oliveira Scodeler.


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À morte,
Namastê.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

À morte - Fé.

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À caminho da “Morte do Ego”, estou trabalhando os Pecados Capitais. Contudo, antes de entrar nesse contexto, foi necessário que eu, como discípula, conceituasse muito bem à partir da minha compreensão os significados de Fé e de Metanóia, que eu dividirei nesse espaço, antecedendo aos defeitos capitais. Nesse post, eu falarei sobre “Fé”. Entretanto, se faz mister que cada um medite e compreenda à partir do seu “Self”, os próprios conceitos acerca do tema.



Fé é a firme convicção de que algo seja verdade, sem a necessidade de uma prova do mesmo. Isso, pela “simples” confiança que depositamos em algo ou alguém. - “Trata-se de qualquer crença que dispensa provas”.

Contudo, é possível notar uma unilateralidade envolvendo a fé: se alguém tem fé em algo, significa que acredita naquilo. Entretanto, se alguém acredita ou confia em algo, não significa, necessariamente, que tenha fé.

A fé fortalece as pessoas; isso independe de religiões ou dogmas – que variam em seus aspectos morais de acordo com o que entendem por certo e errado. Seja qual for a crença, ela será benéfica ao espírito, garantindo, no mínimo conforto ao adepto. Quem nunca testemunhou uma expressão do tipo: “Deus quis assim” ou “Como Deus quer”? – isso explica bem o ponto aonde quero chegar, apesar de eu pessoalmente enxergar a fé como um ponto a ser compreendido de um jeito menos conformista.

Tomarei agora o exemplo dos “Santos” da Igreja, canonizados e lembrados cada um, por ter realizado alguma obra benfeitora ou um “milagre”. – Por hora, deixemos as “obras” de lado – Então, o que é o milagre e como um “simples homem” poderia executá-lo? Pois bem, o milagre é a manifestação do Divino que existe em cada pessoa e a resposta para essa manifestação é a Fé inabalável que o discípulo trazia, mesmo que fosse em um Deus puro e soberano, enquanto exterior, que habita nos céus. Note que não importa como ele exercia a fé e nem o que ele usava como objeto dessa – O Deus exterior -, senão o fato dele ter conseguido invariavelmente ter ativado o poder do seu Verbo Divino pra executar tal manifestação.

E Deus fez o homem a sua imagem e semelhança”; logo “O que está encima é como o que está embaixo”.


Assim como Jesus - um dos antigos essênios - ordenou: “Levanta e anda”; assim como agiu a Fé dos Homens Santos em seus Milagres; assim como foi dito que aos magos seriam “dispensáveis” as realizações de rituais pra alcançarem os “seus desejos”, pois estes seriam realizados sob suas Vontades; também à qualquer homem foi dado o Poder de realizar Obras pelo Verbo Divino, desde que esse use da fé e encontre pelos seus meios, o seu Eu Interior – E é nesse ponto que entra a depuração do Ego.

A fé é praticável a partir do ponto onde eu estabeleço o que é genuíno no meu “self”. Aqui existe a preocupação com a felicidade, falando de seu aspecto exponencial – ou seja, aquilo que me fará feliz realmente, ao invés de saciar apenas o meu ego -, aonde entra o emprego da “moral”, enquanto conservadora da “disciplina” que, por sua vez, é um veículo para o despertar da “Vontade” que, por fim, nos liga ao “Verbo”.



Particularmente, eu considero a fé como a grande engrenagem do Universo. Vejo nela, através do Verbo, o mecanismo que determina o modo como as coisas irão acontecer ou não, seja no negativo ou no positivo. Como disse Eliphas Levi, no livro “Dogma e Ritual”:

'O mau em qualquer gênero é o belo e o bom, mal sucedidos...'.
'Ser bem-sucedido é poder; malograr-se sempre é tentar eternamente: estas duas palavras resumem os dois destinos opostos do espírito do bem e do espírito do mal!'

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Ter fé...



Ter fé é Aceitar os desígnos de Deus (Vida, Universo) ainda que não os entendamos, ainda que não nos agrade. Se tivéssemos a capacidade de ver o fim desde o princípio tal como Ele vê, então poderíamos compreender porquê às vezes nossa vida é conduzida por caminhos estranhos e contrários à nossa razão e aos nossos desejos.

Ter fé é Dar quando não temos, quando nós mesmos necessitamos. A fé sempre encontra algo valioso onde aparentemente não existe; pode fazer que brilhe o tesouro da generosidade em meio à pobreza e ao desamparo, enchendo de gratidão ao que recebe e ao que dá.

Ter fé é Ver positivamente a vida à frente, não importa quão incerto pareça o futuro ou quão doloroso foi o passado. Quem tem fé faz de hoje um fundamento do amanhã e trata de vivê-lo de tal maneira que, quando fizer parte de seu passado, possa vivê-lo como uma grata recordação.

Ter fé é Crer quando é mais fácil ficar na dúvida. Se a chama da confiança em algo melhor se extingue em nós, então não há outro meio que não nos entregarmos ao desânimo. A crença em nossas bondades, possibilidades e talentos, tanto como em nossos semelhantes, é a energia que move a vida fazendo grandes vencedores.

Ter fé é Confiar, porém, não confiar somente nas coisas, mas sim no que é mais importante... nas pessoas. Muitos confiam no material, porém vivem relações vazias com seus semelhantes. Certamente sempre haverá gente que trairá tua confiança; assim, o que temos a fazer é seguir confiando, sendo mais cuidadosos com aqueles em quem confiamos.

Ter fé é Buscar o impossível: sorrir quando os dias se encontrar nublados e teus olhos estão secos de tanto chorar. Ter fé é não deixar nunca de cobrir teus lábios com um sorriso, nem sequer quando está triste, porque nunca sabes quando teu sorriso pode dar luz e eesperança à vida de alguém que se encontra em pior situação do que a tua.

Ter fé é Conduzir-se pelos caminhos da vida, da mesma forma que uma criança segura a mão de seu pai. É entregarmos nossos problemas nas mãos de Deus e nos jogarmos em seus braços antes de cair no desespero. Ter fé é descansarmos para que Ele nos carregue, em vez de carregar nós mesmos nossa própria coleção de problemas.

Que em tua vida haja suficiente fé para enfrentar as situações difíceis, junto com a necessária humildade para aceitar o que não se pode mudar.

O Pensamento, pág. 221/222

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- Levando em consideração o que eu disse sobre os Santos e supondo que eu esteja certa, poderia a Igreja Católica ser considerada uma "Ordem Mágica"?

- Quando entrarmos em Hermetismo, eu pretendo falar mais detalhadamente sobre o Verbo e sobre a Vontade.
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À morte.
Namastê.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Os níveis do Ser Humano.


alguns anos, um buscador aproximou-se de um Mestre da Arte Real (um verdadeiro Místico) e perguntou-lhe:

- Mestre, gostaria muito de saber por que razão os seres humanos guerreiam-se e por que não conseguem entender-se, por mais que apregoem estar buscando a Paz e o entendimento, por mais que apregoem o Amor e por mais que afirmem abominar o Ódio.

- Essa é uma pergunta muito séria. Gerações e gerações a têm feito e não conseguiram uma resposta satisfatória, por não se darem conta de que tudo é uma questão de nível evolutivo. A grande maioria da Humanidade do Planeta Terra está vivendo atualmente no nível 1. Muitos outros, no nível 2 e alguns outros no nível 3. Essa é a grande maioria. Alguns poucos já conseguiram atingir o nível 4, pouquíssimos o nível 5, raríssimos o nível 6 e somente de mil em mil anos aparece algum que atingiu o nível 7.

- Mas, Mestre, que níveis são esses?

- Não adiantaria nada explicá-los, pois além de não entender, também, logo em seguida, você os esqueceria e esqueceria também a explicação.

Assim, prefiro levá-lo numa viagem mental, para realizar uma série de experimentos e aí, então, tenho certeza, você vivenciará e saberá exatamente o que são esses níveis, cada um deles, nos seus mínimos detalhes.

Colocou, então, as pontas de dois dedos na testa do consulente e, imediatamente, ambos estavam em um outro local, em outra dimensão do Espaço e do Tempo.

O local era uma espécie de bosque, e um homem se aproximava deles. Ao chegar mais perto, disse-lhe o Mestre:

- Dê-lhe um tapa no rosto.

- Mas por quê? Ele não me fez nada…

- Faz parte do experimento. Dê-lhe um tapa, não muito forte, mas dê-lhe um tapa!

E o homem aproximou-se mais do Mestre e do consulente. Este, então, chegou até o homem, pediu-lhe que parasse e, sem nenhum aviso, deu-lhe um tapa que estalou.
Imediatamente, como se fosse feito de mola, o desconhecido
revidou
com uma saraivada de socos e o consulente foi ao chão, por causa do inesperado do ataque.
Instantaneamente, como num passe de mágica, o Mestre e o consulente já estavam em outro lugar, muito semelhante ao primeiro e outro homem se aproximava. O Mestre, então comentou:

- Agora, você já sabe como reage um homem do nível 1. Não pensa. Age mecanicamente. Revida sem pensar. Aprendeu a agir dessa maneira e esse aprendizado é tudo para ele, é o que norteia sua vida, é sua “muleta”. Agora, você testará da mesma maneira, o nosso companheiro que vem aí, do nível 2.

Quando o homem se aproximou, o consulente pediu que parasse e lhe deu um tapa. O homem ficou assustado, olhou para o consulente, mediu-o de cima a baixo e, sem dizer nada, revidou com um tapa, um pouco mais forte.
Instantaneamente, já estavam em outro lugar muito semelhante ao primeiro.

- Agora, você já sabe como reage um homem do nível 2. Pensa um pouco, analisa superficialmente a situação, verifica se está à altura do adversário e aí, então, revida. Se se julgar mais fraco, não revidará imediatamente, pois irá revidar à traição. Ainda é carregado pelo mesmo tipo de “muleta” usada pelo homem do nível 1. Só que analisa um pouco mais as coisas e fatos da vida. Entendeu? Repita o mesmo com esse aí que vem chegando.
A cena repetiu-se. Ao receber o tapa, o homem parou, olhou para o consulente e assim falou:

- O que é isso, moço?… Mereço uma explicação, não acha? Se não me explicar direitinho por que razão me bateu, vai levar uma surra!
Estou falando sério!

- Eu e o Mestre estamos realizando uma série de experimentos e este experimento consta exatamente em fazer o que fiz, ou seja, bater nas pessoas para ver como reagem.

- E querem ver como reajo?

- Sim. Exatamente isso…

- Já reparou que não tem sentido?

- Como não? Já aprendemos ótimas lições com as reações das outras pessoas. Queremos saber qual a lição que você irá nos ensinar…

- Ainda não perceberam que isso não faz sentido? Por que agredir as pessoas assim, gratuitamente?

- Queremos verificar - interferiu o Mestre - as reações mais imediatas e primitivas das pessoas. Você tem alguma sugestão ou consegue atinar com alguma alternativa?

- De momento, não me ocorre nenhuma. De uma coisa, porém, estou certo: - Esse teste é muito bárbaro, pois agride os outros. Estou, realmente, muito assustado e chocado com essa ação de vocês, que parecem pessoas inteligentes e sensatas. Certamente, deverá haver algo menos agressivo e mais inteligente. Não acham?

- Enfim - perguntou o buscador - como você vai reagir? Vai revidar?
Ou vai nos ensinar uma outra maneira de conseguir aprender o que desejamos?

- Já nem sei se continuo discutindo com vocês, pois acho que estou perdendo meu tempo. São dois malucos e tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar conversando com dois malucos. Afinal, meu tempo é precioso demais e não vou desperdiçá-lo com vocês. Quando encontrarem alguém que não seja tão sensato e paciente como eu, vão aprender o que é agredir gratuitamente as pessoas. Que outro, em algum outro lugar, revide por mim. Não vou nem perder meu tempo com vocês, pois não merecem meu esforço… São uns perfeitos idiotas… Imagine só, dar tapas nos outros… Besteira… Idiotice… Falta do que fazer… E ainda querem me convencer de que estão buscando conhecimento… Picaretas! Isso é o que vocês são! Uns picaretas! Uns charlatães!

Imediatamente, aquela cena apagou-se e já se encontravam em outro luar, muito semelhante a todos os outros. Então, o Mestre comentou:

- Agora, você já sabe como age o homem do nível 3. Gosta de analisar a situação, discutir os pormenores, criticar tudo, mas não apresenta nenhuma solução ou alternativa, pois ainda usa as mesmas “muletas” que os outros dois anteriores também usavam. Prefere deixar tudo “pra lá”, pois “não tem tempo” para se aborrecer com a ação, que prefere deixar para os “outros”. É um erudito e teórico que fala muito, mas que age muito pouco e não apresenta nenhuma solução para nenhum problema, a não ser a mais óbvia e assim mesmo, olhe lá… É um medíocre enfatuado, cheio de erudição, que se julga o “Dono da Verdade”, que se acha muito “entendido” e que reclama de tudo e só sabe criticar. É o mais perigoso de todos, pois costuma deter cargos de comando, por ser, geralmente, portador de algum diploma universitário em nível de bacharel (mais uma outra “muleta”) e se pavoneia por isso. Possui instrução e muita erudição. Já consegue ter um pouquinho mais de percepção das coisas, mas é somente isso. Ainda precisa das “muletas” para continuar vivendo, mas começa a perceber que talvez seja melhor andar sem elas. No entanto, por “preguiça vital” e simples falta de força de vontade, prefere continuar a utilizá-las. De resto, não passa de um medíocre enfatuado que sabe apenas argumentar e tudo criticar. Vamos, agora, saber como reage um homem do nível 4. Faça o mesmo com esse que aí vem.

E a cena repetiu-se.

O caminhante olhou para o buscador e perguntou:

- Por que você fez isso? Eu fiz alguma coisa errada? Ofendi você de alguma maneira? Enfim, gostaria de saber por que motivo você me bateu. Posso saber?

- Não é nada pessoal. Eu e o Mestre estamos realizando um experimento para aprender qual será a reação das pessoas diante de uma agressão imotivada.

- Pelo visto, já realizaram este experimento com outras pessoas. Já devem ter aprendido muito a respeito de como reagem os seres humanos, não é mesmo?

- É… Estamos aprendendo um bocado. Qual será sua reação? O que pensa de nosso experimento? Tem alguma sugestão melhor?

- Hoje, vocês me ensinaram uma nova lição e estou muito satisfeito com isso e só tenho a agradecer por me haverem escolhido para participar deste seu experimento. Apenas acho que vocês estão correndo o risco de encontrar alguém que não consiga entender o que estão fazendo e revidar à agressão. Até chego a arriscar-me a afirmar que vocês já encontraram esse tipo de pessoa, não é mesmo? Mas também se não corrermos algum risco na vida, nada, jamais, poderá ser conseguido, em termos de evolução. Sob esse ponto de vista, a metodologia experimental que vocês imaginaram é tão boa como outra qualquer. Já encontraram alguém que não entendesse o que estão a fazer e igualmente reações hostis, não é mesmo? Por outro lado, como se trata de um aprendizado, gostaria muito de acompanhá-los para partilhar desse aprendizado. Aceitar-me-iam como companheiro de jornada? Gostaria muito de adquirir novos conhecimentos. Posso ir com vocês?

- E se tudo o que dissemos for mentira? E se estivermos mal-intencionados? - perguntou o Mestre - Como reagiria a isso?

- Somente os loucos fazem coisas sem uma razão plausível. Sei, muito bem, distinguir um louco de um são e, definitivamente, tenho a mais cristalina das certezas de que vocês não são loucos. Logo, alguma razão vocês deverão ter para estarem agredindo gratuitamente as pessoas. Essa razão que me deram é tão boa e plausível como qualquer outra. Seja ela qual for, gostaria de seguir com vocês para ver se minhas conjecturas estão certas, ou seja, de que falaram a verdade e, se assim o for, compartilhar da experiência de vocês. Enfim, desejo aprender cada vez mais, e esta é uma boa ocasião para isso. Não acham?

Instantaneamente, tudo se desfez e logo estavam em outro ambiente, muito semelhante aos anteriores. O Mestre assim comentou:

- O homem do nível 4 já está bem distanciado e se desligando gradativamente dos afazeres mundanos. Já sabe que existem outros níveis mais baixos e outros mais elevados e está buscando apenas aprender mais e mais para evoluir, para tornar-se um sábio. Não é, em absoluto um erudito (embora até mesmo possa possuir algum diploma universitário) e já compreende bem a natureza humana para fazer julgamentos sensatos e lógicos. Por outro lado, possui uma curiosidade muito grande e uma insaciável sede de conhecimentos. E isso acontece porque abandonou suas “muletas” há muito pouco tempo, talvez há um mês ou dois. Ainda sente falta delas, mas já compreendeu que o melhor mesmo é viver sem elas. Dentro de muito pouco tempo, só mais um pouco de tempo, talvez mais um ano ou dois, assim que se acostumar, de fato, a sequer pensar nas muletas, estará realmente começando a trilhar o caminho certo para os próximos níveis. Mas vamos continuar com o nosso aprendizado. Repita o mesmo com este homem que aí vem, e vamos ver como reage um homem do nível 5.
O tapa estalou.

- Filho meu… Eu bem o mereci por não haver logo percebido que estavas necessitando de ajuda. Em que te posso ser útil?

- Não entendi… Afinal, dei-lhe um tapa. Não vai reagir?

- Na verdade, cada agressão é um pedido de ajuda. Em que te posso ajudar, filho meu?

- Estamos dando tapas nas pessoas que passam, para conhecermos suas reações. Não é nada pessoal…

- Então, é nisso que te posso ajudar? Ajudar-te-ei com muita satisfação pedindo-te perdão por não haver logo percebido que desejas aprender. É meritória tua ação, pois o saber é a coisa mais importante que um ser humano pode adquirir. Somente por meio do saber é que o homem se eleva. E se estás querendo aprender, só tenho elogios a te oferecer. Logo aprenderás a lição mais importante que é a de ajudar desinteressadamente as pessoas, assim como estou a fazer com vocês, neste momento. Ainda terás um longo caminho pela frente, mas se desejares, posso ser o teu guia nos passos iniciais e te poupar de muitos transtornos e dissabores. Sinto-me perfeitamente capaz de guiar-te nos primeiros passos e fazer-te chegar até onde me encontro. Daí para diante, faremos o restante do aprendizado juntos. O que achas da proposta? Aceitas-me como teu guia?

Instantaneamente, a cena se desfez e logo se viram em outro caminho, um pouco mais agradável do que os demais, e o Mestre assim se expressou:

- Quando um homem atinge o nível 5, começa a entender que a Humanidade, em geral, digamos, o homem comum, é como uma espécie de adolescente que ainda não conseguiu sequer se encontrar e, por esse motivo, como todo e qualquer bom adolescente, é muito inseguro e, devido a essa insegurança, não sabe como pedir ajuda e agride a todos para chamar atenção sobre si mesmo e pedir, então, de maneira velada e indireta, a ajuda de que necessita. O homem do nível 5 possui a sincera vontade de ajudar e de auxiliar a todos desinteressadamente, sem visar vantagens pessoais. É como se fosse uma Irmã Dulce, um Chico Xavier ou uma Madre Teresa de Calcutá da vida. Sabe ser humilde e reconhece que ainda tem muito a aprender para atingir níveis evolutivos mais elevados. E deseja partilhar gratuitamente seus conhecimentos com todos os seres humanos. Compreende que a imensa maioria dos seres humanos usa “muletas” diversas e procura ajudá-los, dando-lhes exatamente aquilo que lhe é pedido, de acordo com a “muleta” que estão usando ou com o que lhes é mais acessível no nível em que se encontram. A partir do nível 5, o ser humano adquire a faculdade de perceber em qual nível o seu interlocutor se encontra. Agora, dê um tapa nesse homem que aí vem. Vamos ver como reage o homem do nível 6.
E o buscador iniciou o ritual. Pediu ao homem que parasse e lançou a mão ao seu rosto. Jamais entenderá como o outro, com um movimento quase instantâneo, desviou-se e a sua mão atingiu apenas o vazio.

- Meu filho querido! Por que você queria ferir-se a si mesmo? Ainda não aprendeu que agredindo os outros você estará agredindo a si mesmo? Você ainda não conseguiu entender que a Humanidade é um organismo único e que cada um de nós é apenas uma pequena célula desse imenso organismo? Seria você capaz de provocar, deliberadamente, em seu corpo, um ferimento que vai doer muito e cuja cicatrização orgânica e psíquica vai demorar e causará muito sofrimento inútil?

- Mas estamos realizando um experimento para descobrir qual será a reação das pessoas a uma agressão gratuita.

- Por que você não aprende primeiro a amar? Por que, em vez de dar um tapa, não dá um beijo nas pessoas? Assim, em lugar de causar-lhes sofrimento, estará demonstrando Amor. E o Amor é a Energia mais poderosa e sublime do Universo. Se você aprender a lição do Amor, logo poderá ensinar Amor para todas as outras células da Humanidade, e tenho a mais concreta certeza de que, em muito pouco tempo, toda a Humanidade será um imenso organismo amoroso que distribuirá Amor por todo o planeta e daí, por extensão, emitirá vibrações de Amor para todo o Universo. Eu amo a todos como amo a mim mesmo. No instante em que você compreender isso, passará a amar a si mesmo e a todos os demais seres humanos da mesma maneira e terá aprendido a Regra de Ouro do Universo: - Tudo é Amor! A vida é Amor! Nós somos centelhas de Amor! E por tanto amar você, jamais poderia permitir que você se ferisse, agredindo a mim. Se você ama uma criança, jamais permitirá que ela se machuque ou se fira, porque ela ainda não entende que se agir de determinada maneira perigosa irá ferir-se e irá sofrer. Você a amparará, não é mesmo? Você deverá aprender, em primeiro lugar, a Lição do Amor, a viver o Amor em toda sua plenitude, pois o Amor é tudo e, se você está vivo, deve sua vida a um Ato de Amor. Pense nisso, medite muito sobre isso. Dê Amor gratuitamente. Ensine Amor com muito Amor e logo verá como tudo a seu redor vai ficar mais sublime, mais diáfano, pois você estará flutuando sob os influxos da Energia mais poderosa do Universo, que é o Amor. E sua vida será sublime…

Instantaneamente, tudo se desfez e se viram em outro ambiente, ainda mais lindo e repousante do que este último em que estiveram. Então o Mestre falou:

- Este é um dos níveis mais elevados a que pode chegar o Ser Humano em sua senda evolutiva, ainda na Matéria, no Planeta Terra. Um homem que conseguiu entender o que é o Amor, já é um Homem Sublime, Inefável e quase Inatingível pelas infelicidades humanas, pois já descobriu o Começo da Verdade, mas ainda não a conhece em toda sua Plenitude, o que só acontecerá quando atingir o nível 7. Logo você descobrirá isso. Dê um tapa nesse homem que aí vem chegando.
E o buscador pediu ao homem que parasse. Quando seus olhares se cruzaram, uma espécie de choque elétrico percorreu-lhe todo o corpo e uma sensação mesclada de amor, compaixão, amizade desinteressada, compreensão, de profundo conhecimento de tudo que se relaciona à vida e um enorme sentimento de extrema segurança encheram-lhe todo o seu ser.

- Bata nele! - ordenou o Mestre.

- Não posso, Mestre, não posso…

- Bata nele! Faça um grande esforço, mas terá que bater nele! Nosso aprendizado só estará completo se você bater nele! Faça um grande esforço e bata! Vamos! Agora!

- Não, Mestre. Sua simples presença já é suficiente para que eu consiga compreender a futilidade de lhe dar um tapa. Prefiro dar um tapa em mim mesmo. Nele, porém, jamais!

- Bate-me - disse o Homem com muita firmeza e suavidade - pois só assim aprenderás tua lição e saberás finalmente, porque ainda existem guerras na Humanidade.

- Não posso… Não posso… Não tem o menor sentido fazer isso…

- Então - tornou o Homem - já aprendeste tua lição. Quem, dentre todos em quem bateste, a ensinou para ti? Reflete um pouco e me responde.

- Acho que foram os três primeiros, do nível 1 ao nível 3. Os outros apenas a ilustraram e a complementaram. Agora, compreendo o quão atrasados eles estão e o quanto ainda terão que caminhar na senda evolutiva para entender esse fato. Sinto por eles uma compaixão muito profunda. Estão de “muletas” e não sabem disso. E o pior de tudo é que não conseguem perceber que é até muito simples e muito fácil abandoná-las e que, no preciso instante em que a s abandonarem, começarão a progredir. Era essa a lição que eu deveria aprender?

- Sim, filho meu. Essa é apenas uma das muitas facetas do Verdadeiro Aprendizado. Ainda terás muito que aprender, mas já aprendeste a primeira e a maior de todas as lições. Existe a Ignorância! - volveu o Homem com suavidade e convicção - Mas ainda existem outras coisas mais que deves ter aprendido. O que foi?

- Aprendi, também, que é meu dever ensiná-los para que entendam que a vida está muito além daquilo que eles julgam ser muito importante - as suas “muletas” - e também sua busca inútil e desenfreada por sexo, status social, riquezas e poder. Nos outros níveis, comecei a entender que para se ensinar alguma coisa para alguém é preciso que tenhamos aprendido aquilo que vamos ensinar. Mas isso é um processo demorado demais, pois todo mundo quer tudo às pressas, imediatamente…

- A Humanidade ainda é uma criança , mal acabou de nascer, mal acabou de aprender que pode caminhar por conta própria, sem engatinhar, sem precisar usar “muletas”. O grande erro é que nós queremos fazer tudo às pressas e medir tudo pela duração de nossas vidas individuais. O importante é que compreendamos que o tempo deve ser contado em termos cósmicos, universais. Se assim o fizermos, começaremos, então, a entender que o Universo é um organismo imenso, ainda relativamente novo e que também está fazendo seu aprendizado por intermédio de nós - seres vivos conscientes e inteligentes que habitamos planetas disseminados por todo o Espaço Cósmico. Nossa vida individual só terá importância, mesmo, se conseguirmos entender e vivenciar, este conhecimento, esta grande Verdade: - Somos todos uma imensa equipe energética atuando nos mais diversos níveis energéticos daquilo que é conhecido como Vida e Universo, que, no final das contas, é tudo a mesma coisa.

- Mas sendo assim, para eu aprender tudo de que necessito para poder ensinar aos meus irmãos, precisarei de muito mais que uma vida. Ser-me-ão concedidas mais outras vidas, além desta que agora estou vivendo?

- Mas ainda não conseguiste vislumbrar que só existe uma única Vida e tu já a estás vivendo há milhões e milhões de anos e ainda a viverás por mais outros tantos milhões, nos mais diversos níveis? Tu já foste energia pura, átomo, molécula, vírus, bactéria, enfim, todos os seres que já apareceram na escala biológica. E tu ainda és tudo isso. Compreende, filho meu, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.

- Mas mesmo assim, então, não terei tempo, neste momento atual de minha manifestação no Universo, de aprender tudo o que é necessário ensinar aos meus irmãos que ainda se encontram nos níveis 1, 2 e 3.

- E quem o terá jamais, algum dia? Mas isso não tem a menor importância, pois tu já estás a ensinar o que aprendeste, nesta breve jornada mental. Já aprendeste que existem 7 níveis evolutivos possíveis aos seres humanos, aqui, agora, neste Planeta Terra. O Autor deste conto conseguiu transmiti-lo, há alguns milênios, através da Tradição Oral, durante muitas e muitas gerações. O Autor deste trabalho, ao ler esse conto, há muitos anos atrás, também aprendeu a mesma lição e agora a está transmitindo para todos aqueles que vierem a lê-lo e, no final, alguns desses leitores, um dia, ensinarão essa mesma lição a outros irmãos humanos. Compreendes, agora, que não será necessário mais do que uma única vida como um ser humano, neste Planeta Terra, para que aprendas tudo e que possas transmitir esse conhecimento a todos os seres humanos, nos próximos milênios vindouros? É só uma questão de tempo, não concordas, filho meu?

Agora, se quem deste aprendizado tomar conhecimento e, assim mesmo, não desejar progredir, não quiser deixar de lado as “muletas” que está usando ou não quiser aceitar essa verdade tão cristalina, o problema e a responsabilidade já não serão mais teus. Tu e todos os demais que estão transmitindo esse conhecimento já cumpriram as suas partes. Que os outros, os que dele estão tomando conhecimento, cumpram as suas. Para isso são livres e possuem o discernimento e o livre-arbítrio suficientes para fazer suas escolhas e nada tens com isso. Entendeste, filho meu?

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Rosacruz.

Nível 4! \o/

À morte,

Namastê.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O Propósito.

Hoje um amigo me perguntou: O que é o Amor?
Conversamos um pouco a respeito, mas não pudemos terminar o assunto, pois eu tinha que voltar às obrigações do trabalho. Por essa ocasião, passei a tarde toda pensando no tema e também na magnanimidade de tal sentimento. Perguntei-me a mim mesma: E então, Carol, o que é Amor?...
Do âmago do meu ser, a resposta não se fez esperar: - É o sentimento capaz de transformar as criaturas, dando-lhes uma nova visão, pois passam a ver seus semelhantes não como competidores com quem têm de lutar, mas como irmãos que buscam alcançar o mesmo ideal de paz, harmonia e felicidade. E embora o amor seja um sentimento profundo que provoca nossa compreensão e carinho para com todos os seres viventes, vendo-os como criações de Deus, ele não foi feito para ser definido (eu, pelo menos, sou incapaz disso), devido à sua grandeza e sublimidade.
Sêneca concordara comigo, quando afirmou há dois mil anos atrás: - O amor não se define, sente-se!

No decorrer de nossa conversa, Pablo me questionou:

- Por quê você busca o amor Universal, algo que seria um atributo de Deus? Não seria mais simples amar o que lhe é próximo, e viver em paz com o que lhe é distante? “Amar ao próximo como a ti mesmo”, não é esse o mandamento? Ao próximo!

Em minha concepção, vivida, sentida e experimentada de pouco tempo pra cá, eu posso dizer que apesar de considerarmos, de início, que o amor seja a atração que liga um sexo ao sexo oposto, passando, em seguida, pelas fases do amor maternal, paternal, filial e fraternal, quando ainda predominam o egoísmo e o apego, o que nossa alma realmente deseja com o transcorrer de sua existência, uma vez que o Amor não se macula, é chegar ao Amor Impessoal.
O Amor impessoal nos mostra que não devemos nos preocupar com a dignidade do nosso amor, pois Este traz em si a sua própria dignidade. É também, aquele que não escolhe quem amar. Trata-se do amor sem apego, sem medo, sem sentimentos defeituosos, livre do ego; aquele que não espera nada em troca; pleno. E isso acontece à proporção que amamos.
Inicialmente, só manifestamos amor por aqueles que nos dedicam algum afeto ou que nos dão algo em retribuição. Este é o amor pessoal, que escolhe, que tem preferências, que se dá a uns e se nega a outros.
Já o amor impessoal é ilimitado, pois abrange o grande e o pequeno, o justo e o pecador, o rico e o pobre, porquanto vê a Unidade na diversidade; percebe a existência do Divino em todas as criaturas.
Quando Cristo disse: “Amar ao próximo como a ti mesmo”, ele não te limitou a amar apenas quem tem algo pra te oferecer e principalmente, que se encontra sob seus olhos, perto de ti.
São Paulo disse aos Coríntios: “Não sabeis que sois os templos vivos de Deus; que Ele habita em cada um de vós?”. Desse modo é preciso trabalhar para chegarmos ao Amor impessoal, para que possamos ver, livre de falsas modéstias, em cada criatura uma manifestação de Deus e essa é a razão pela qual não podemos negá-lo a nenhum de nossos semelhantes.
E é certo que enquanto o amor pessoal eivado de egoísmo, traz como consuqüênsia sofrimento e infelicidade, o amor impessoal dá-nos paz e alegria. Se, de fato, desejarmos viver harmoniosamente, devemos seguir a recomendação do Rabino Becker, procurando transformar a Terra no Reino de Deus. Para tanto, temos de exemplificar, em vez de nos limitarmos a falar, uma vez que nossos sermões, palestras ou mensagens duram alguns minutos ou, no máximo, 1 a 2 horas, mas nossa vida prega durante todos os dias e a cada instante, pelas nossas atitudes, pelos nossos exemplos. Lembremos, pois: "são Mestres apenas aqueles que vivem o que ensinam e quanto menos palavras precisam para ensinar, mais Mestres são.

Por isso, Deus não é o atalho pro Amor. Deus é o Propósito.
Vivamos o Amor, sejamos Deuses.

Carolina de Oliveira Scodeler.
Referências: O Pensamento.
***

Um Homem Chamado Amor


“Ah... Mas quem sou eu senão uma formiguinha, das menores, que anda pela Terra cumprindo sua obrigação!”
"Tudo o que Jesus falou no Sermão da Montanha foi ao coração, ao sentimento. Não disse nada ao raciocínio, porque é pela inteligência que caímos.
Ele não disse: Bem-aventurados os inteligentes. Chegou mesmo, certa vez, a dar graças ao Pai por ter ocultado os segredos do céu aos sábios e inteligentes. Quem cai pelo amor, o próprio motivo da queda faz que se reerga, mas quem cai pela inteligência não se sente caído."

Justiça e misericórdia

"Toda vez que a Justiça Divina nos procura para acerto de contas, se nos encontra trabalhando em benefício dos outros, manda a Misericórdia Divina que a cobrança seja suspensa por tempo indeterminado."

Resposta Divina

“O Velho Testamento, que é a palavra dos profetas, é o homem desesperado com os problemas da vida criados por ele mesmo, batendo à porta de Deus.”
“O Novo Testamento, contendo os ensinamentos de Jesus, é a resposta de Deus ao homem de todos os tempos.”

O Evangelho e o acaso

"Toda vez que as circunstâncias te induzam a ouvir as verdades do Evangelho, não penses que o acaso esteja presidindo a semelhantes eventos. Forças divinas estarão agindo a fim de que te informes quanto ao teu próprio caminho."
“Quem é perseguido, muitas vezes ainda consegue ir adiante, principalmente se estiver sendo perseguido de maneira injusta, mas quem persegue não sai do lugar”.
“Tenho sofrido muitas perseguições da parte de espíritos inimigos da Doutrina, mas dizendo-lhes com sinceridade, as maiores dificuldades que enfrento para perseverar no serviço da mediunidade são oriundas de minhas próprias imperfeições”.
"Toda vez que descuidamos do patrimônio do corpo, abusando e afrontando os perigos da vida e chegamos à morte, esta morte não vem de Deus.
Tudo o que vem de Deus, vem devagar."

Perante o sofrimento

"O espírita chora escondido. Depois, lava o rosto e vai atender a multidão sorrindo."

Além do cansaço

"Outro dia me perguntaram por que eu continuo trabalhando, apesar da enfermidade, das limitações. Respondi:
- Estou doente, mas ainda não cheguei à inutilidade. Ou fazemos ou fica por fazer. Ninguém pode fazer o que temos que fazer. A gente tem que agüentar. A desistência do dever gera um complexo de culpa muito grande."
“O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.”

“Nenhuma atividade no bem é insignificante... As mais altas árvores são oriundas de minúsculas sementes. A repercussão da prática do bem é inimaginável... Para servir a Deus, ninguém necessita sair do seu próprio lugar ou reivindicar condições diferentes daquelas que possui.”

“Os Espíritos Amigos sempre mostram disposição de nos auxiliar, mas é preciso que, pelo menos, lhes ofereçamos uma base... Muitos ficam na expectativa do socorro do Alto, mas não querem nada com o esforço de renovação; querem que os espíritos se intrometam na sua vida e resolvam seus problemas... Ora, nem Jesus Cristo, quando veio à Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém... Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos.”

"Nunca quis mudar a religião de ninguém, porque, positivamente, não acredito que a religião a seja melhor que a religião b... Nas origens de toda religião cristã está o Pensamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quem seguir o Evangelho... Se Allan Kardec tivesse escrito que ‘fora do Espiritismo não há salvação’, eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus ele escreveu ‘Fora da Caridade’, ou seja, fora do Amor não há salvação...”

“O desespero é uma doença. E um povo desesperado, lesado por dificuldades enormes, pode enlouquecer, como qualquer indivíduo. Ele pode perder o seu próprio discernimento. Isso é lamentável, mas pode-se dizer que tudo decorre da ausência de educação, principalmente de formação religiosa.”

“O sentimento de ódio é um processo de auto-obsessão.”

“Sei que sou um espírito imperfeito e muito endividado, com necessidade constante de aprender, trabalhar , dominar-me e burilar-me, perante as Leis de Deus.”

“Gente há que desencarna imaginando que as portas do Mundo Espiritual irão se lhes escancarar... Ledo engano! Ninguém quer saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos no mundo; o que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo...”

"Sem a idéia da reencarnação, sinceramente, com todo respeito às demais religiões, eu não vejo uma explicação sensata, inclusive, para a existência de Deus.”

"Uma das coisas que sempre aprendi com os Benfeitores Espirituais é não tolher o livre arbítrio de ninguém; os que viveram na minha companhia sempre tiveram a liberdade para fazer o que quiseram...”

"Existem pessoas que se sentem ofendidas, magoadas por qualquer coisa: à mais leve contrariedade, se sentem humilhadas... Ora, nós não viemos a este mundo para nos banhar em águas de rosas... Somos espíritos altamente endividados - dentro de nós o passado ainda fala mais alto... Não podemos ser tão suscetíveis assim..."

“Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar... As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.”

"Emmanuel sempre me ensinou assim:
- Chico, se as críticas dirigidas a você são verdadeiras, não reclame; se não são, não ligue para elas...”

“Graças a Deus, não me lembro de ter revidado a menor ofensa das inúmeras que sofri, certamente objetivando, todas elas, o meu aprendizado, e não me recordo de que tenha, conscientemente, magoado a quem quer que fosse...”

“Emmanuel sempre me disse:
- Chico, quando você não tiver uma palavra que auxilie, procure não abrir a boca...”

“Sabemos que precisamos de certos recursos, mas o Senhor não nos ensinou a pedir o pão, mais dois carros, mais um avião... Não precisamos de tanta coisa para colocar tanta carga em cima de nós. Podemos ser chamados hoje à Vida Espiritual...”

“Tudo que criamos para nós, de que não temos necessidade, se transforma em angústia, em depressão...”

“A doença é uma espécie de escoadouro de nossas imperfeições; inconscientemente, o espírito quer jogar para fora o que lhe seja estranho ao próprio psiquismo...”

“Abençoemos aqueles que se preocupam conosco, que nos amam, que nos atendem as necessidades... Valorizemos o amigo que nos socorre, que se interessa por nós, que nos escreve, que nos telefona para saber como estamos indo... A amizade é uma dádiva de Deus... Mais tarde, haveremos de sentir falta daqueles que não nos deixam experimentar a solidão!”

“A caridade é um exercício espiritual... Quem pratica o bem, coloca em movimento as forças da alma. Quando os espíritos nos recomendam, com insistência a prática da caridade, eles estão nos orientando no sentido de nossa própria evolução; não se trata apenas de uma indicação ética, mas de profundo significado filosófico...”

“Tudo o que pudermos fazer no bem, não devemos adiar... Carecemos somar esforços, criando, digamos, uma energia dinâmica que se anteponha às forças do mal... Ninguém tem o direito de se omitir.”

“Uma das mais belas lições que tenho aprendido com o sofrimento: Não julgar, definitivamente não julgar a quem quer que seja.”

“O exemplo é uma força que repercute, de maneira imediata, longe ou perto de nós... Não podemos nos responsabilizar pelo que os outros fazem de suas vidas; cada qual é livre para fazer o que quer de si mesmo, mas não podemos negar que nossas atitudes inspiram atitudes, seja no bem quanto no mal.”

"Sempre recebi os elogios como incentivos dos amigos para que eu venha a ser o que tenho consciência de que ainda não sou...”

"Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível!...”

“A gente deve lutar contra o comodismo e a ociosidade; caso contrário, vamos retornar ao Mundo Espiritual com enorme sensação de vazio... Dizem que eu tenho feito muito, mas, para mim, não fiz um décimo do que deveria ter feito...”

“A questão mais aflitiva para o espírito no Além é a consciência do tempo perdido.”

“Confesso a vocês que não vi o tempo correr... Por mais longa nos pareça, a existência na Terra é uma experiência muito curta. A única coisa que espero depois da minha desencarnação é a possibilidade de poder continuar trabalhando.”

“A revolução em que acredito é aquela ensinada por Nosso Senhor Jesus Cristo que começa pela corrigenda de cada um, na base do façamos aos outros aquilo que desejamos que os outros nos façam.”

"Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta."

Palavras de Chico Xavier.

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À Morte,
Namastê.